Admin - 2 years ago
O Chefe de Estado da República de Angola, João Lourenço e os seus homólogos da RDC, Félix Tchissekedi, e da Zâmbia, Hakainde Hichilema testemunharam, esta terça-feira, 4 de Julho, no Lobito província de Benguela à cerimónia oficial da assinatura do protocolo de transferência dos serviços ferroviários e de logística de suporte do Corredor do Lobito para o consórcio da Lobito Alantic Raliway (LAR) que vai gerir, em regime de concessão, esta estratégica via de escoamento de produtos de Angola para as vizinhas Repúblicas Democrática do Congo e Zâmbia.
O documento foi rubricado pelo ministro angolano dos Transportes, Ricardo D´Abreu e os responsáveis das concessionárias Tafigura, Julian Rolland, da Vectoris, Herick Fifer e da Mota Engil, Carlos Mota Santos.
O Consórcio do Corredor do Lobito, formado pelas empresas Vecturis, Trafigura e Mota-Engil, prevê transportar, nos primeiros cinco anos, 3 milhões de toneladas de carga diversa, aumentando para 10 milhões nos 10 anos seguintes da actividade, impulsionando, assim, o intercâmbio comercial na África Austral. Um projecto estratégico que, a prazo, deverá, mesmo, ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Índico, até aos portos de Dar es Salam, na Tanzânia, e da Cidade da Beira, em Moçambique.
A entidade tem disponíveis 450 milhões de dólares para investir ao longo dos 30 anos e vai assumir também a exploração e manutenção dos transportes ferroviários de mercadorias, bem como da conservação e preservação de todas as infra-estruturas existentes ao longo do Corredor.
O ministro dos Transportes Ricardo D’Abreu disse na ocasião que, não sendo o corredor do Lobito uma criação recente, a sua rica história demonstra um potencial económico que representa para a rentabilização dos recursos minerais da zona geográfica que abrange é uma infra-estrutura poderosa.
O Corredor do Lobito, de grande importância estratégico para as economias de Angola, da República Democrática do Congo e da Zâmbia e de toda a região da África Austral, vai ser explorado num período de 30 anos, que pode ser renovado, por um consórcio internacional de empresas.
A anteceder a cerimónia, Chefes de Estado visitaram Caminho de Ferro de Benguela (CFB) e o Porto do Lobito na cidade do Lobito, onde receberam explicações sobre o funcionamento duas mais importantes infra-estruturas do corredor, apresenta-se, por isso, como uma plataforma de dinamização não só da economia nacional, mas também de cada uma das províncias.
Com uma linha férrea de 1.344 quilómetros de extensão, que parte do Lobito, rasgando o interior, até ao Luau, o Corredor do Lobito tem como principais vantagens a integração da economia angolana aos países da Região, sobretudo no escoamento de grande parte da produção de mineiros dos referidos países vizinhos (RDC e Zâmbia), através do Oceano Atlântico de forma segura e barata, o aumento e diversificação das fontes de receitas para a economia angolana, o fomento do turismo e a geração de mais postos de trabalho.
Já no final da cerimónia, os Presidentes João Lourenço, Félix Tchisekedi e Hakainde Hichilema, testemunharam igualmente, a inauguração da ligação por fibra óptica entre os três países.
Estiveram presentes na cerimónia, membros do Executivo angolano, Embaixadores acreditados em Angola, os PCA do Porto do Lobito e do CFB, administradores Executivos das duas empresas e vários convidados.